ñora picada
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Picade with 8" or 10" screen - Chicago Electronic Distributors
The ultimate desktop retro arcade machine! Picade is a Raspberry Pi-powered mini arcade that you build yourself, with authentic arcade controls, a high resolution 4:3 display that's ideal for retro gaming, and a punchy speaker to hear those 8-bit game soundtracks at their best! Picade is now Raspberry Pi 4 compatible a.
From: chicagodist.com
The ultimate desktop retro arcade machine! Picade is a Raspberry Pi-powered mini arcade that you build yourself, with authentic arcade controls, a high resolution 4:3 display that's ideal for retro gaming, and a punchy speaker to hear those 8-bit game soundtracks at their best!
Picade is now Raspberry Pi 4 compatible and includes a new USB-C version of Picade X HAT!
The all-new Picade has been completely redesigned, from the inside out! There's new artwork, a new display and display driver board, dedicated power button, an all-new Picade X HAT (now with USB-C), easier wiring, easier access to the interior of the cabinet, beautiful new packaging, a bunch of extra goodies (stickers and an enamel Picade pin), and a gorgeous Picade poster and assembly instructions.
Picade comes in kit form, and it'll take around two to three hours to build. The cabinet is made from powder-coated MDF, giving it a quality look and feel similar to a full-size arcade. All you'll need to add is a Raspberry Pi, USB-C power supply, and micro-SD card, or pickup one of our Pi 4 kits!
Checkout the Picade ad below!
Cabinet features Display features Picade X HAT features Extras What's new!?The cabinet is more compact, so it fits more neatly on your desk, but has a higher resolution 8" or 10" display (1024x768). The display is driven by a new Pimoroni-designed and manufactured driver board, with keypad controls. It's an IPS panel, so it looks great from any viewing angle!
The all-new Picade X HAT is packed full of useful features. We've moved from more fiddly screw terminals to simple DuPont connectors that just push in, and the speaker terminals are the same easy push-fit connectors that we use on pHAT BEAT.
There's dedicated power management on-board Picade X HAT; just plug your USB-C power supply into the HAT and it'll power your Pi through its pins. The power button connected to the HAT means that once your Pi is safely shutdown, the power will be cut completely to the Pi. A simple press of the power button will boot your Picade up again.
The new buttons in Picade are lower profile, and the new joystick has a single connector rather than the eight spade connectors on our previous Picade joystick.
A gorgeous new neon-look Picade logo on the marquee, and rainbow stripes on the console and screen-surround, evoke classic consoles, as do the assembly instructions and poster.
Building your PicadeWe hope the included assembly instructions have everything you need to build your Picade, but we've also filmed a complete build video of Picade that you can watch as you build and learn some handy tips and tricks. It's below.
The sections are also available separately in a playlist here.
Pimroni put together an online tutorial that incorporates the assembly instructions, important tips and amendments, and the videos for each section, so do check that out!
Software setupWe recommend the RetroPie operating system for your Picade. You can download it from the RetroPie website and then burn it to a micro-SD card with Etcher.
Connect a USB keyboard to your Pi, and connect to Wi-Fi in the RetroPie menu. Press F4 to exit to the terminal and then type curl https://get.pimoroni.com/picadehat | bash
to run the Picade HAT installer.
Reboot your Pi, if it doesn't prompt you to. Press the "Alt" key on your keyboard and then select "Configure input" to configure your Picade's controls. You'll find that the sound and power button should both be working now too!
NotesIf your Picade display doesn't show anything when you first power it up, then it could be because the HDMI display is not being detected by the Raspberry Pi. This can happen because power isn't supplied to the USB ports on the Raspberry Pi for the first few seconds of booting. The solution is to edit the /boot/config.txt
file on your RetroPie SD card, and add hdmi_force_hotplug=1
on a new line at the bottom of the file.
If you'd like to design your own artwork for your Picade, then we've made a handy PDF that has the outlines and dimensions of the marquee, screen shim, and console. You can download it from the Picade HAT GitHub repo here.
The included display will require a HDMI Micro adaptor to work with a Raspberry Pi 4B.
The top part of the 10” screen assembly is not held together with nuts and bolts, but will be held in place by the tabs and slots once the cabinet is screwed back together. You might want to use a couple of pieces of masking tape to hold things in place until you get the cabinet together.
Los hermanos kiosco-Almacen - Home | Facebook
Los hermanos kiosco-Almacen, Don Torcuato. 53 likes · 1 was here. Local Business.
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Transformações | {Imaginário Puro}
Ora, se é assim, por que as escolas não ensinam as transformações há mais tempo? “Dá muito trabalho desenhar na lousa”, diz Carlos. “Há professores que, entre uma aula de geometria e uma de álgebra, preferem a de álgebra, pois ganham a mesma coisa e …Posts sobre Transformacoes escritos por Marcio Simoes.
From: imaginariopuro.wordpress.com
Perguntamos a quatro professores experientes: se voce desse um curso de matematica para apenas um aluno, do jeito que bem entendesse, como agiria? O que incluiria ou excluiria? Pois bem: nenhum dos quatro continuaria a dar aulas do modo como vem fazendo.
{1}/ Antes de mais nada, uma receita de boloBolo de maca da tia Denise. Ingredientes: 2 xicaras de farinha de trigo; 2 xicaras de acucar; 1 colher de sopa de fermento em po; 1 colher de sopa de canela em po; 1 pitada de sal; 1 xicara de leite; 1 maca bem grande picada com a casca (tire o miolo); 3 ovos; 1/2 xicara de oleo. Metodo de preparo: bata no liquidificador os ovos, o oleo, o leite, o acucar, a maca, a canela e o sal; acrescente devagar a farinha, e por ultimo o fermento; leve para assar em forma untada e polvilhada (forno em 180 graus centigrados).
A receita e de Denise Cunha, moradora de Sao Caetano (SP). “Ate crianca faz, e fica uma delicia. Se voce nao tiver maca grande, use umas tres ou quatro daquelas pequenas, da Turma da Monica.”
{2}/ Ignorando os vestibulares e o EnemUm estudante talvez nao entenda patavina de bioquimica, mas, na cozinha, se segue a risca uma receita de bolo, ao final do processo obtem um bolo gostoso para comer com amigos, talvez com uma xicara de cha cada um. E na matematica? O que ele ganha depois de seguir uma receita de bolo? “O estudante ganha so um numero”, diz Claudio Possani, professor na Universidade de Sao Paulo. “Na matematica, seguir uma receita de bolo e muito pior que na cozinha.” Receitas de bolo sao comuns ate na universidade, mas ainda mais comuns no ensino medio: como o estudante acabou de sair de uma escola para criancas e agora tem de se debrucar sobre assuntos mais complicados, e maior a probabilidade de que nao os entenda e se sinta obrigado a seguir receitas de bolo para obter resultados; e como ele ainda nao tem acesso a ferramentas teoricas mais sofisticadas (calculo, matrizes, grupos, grafos, espacos multidimensionais, etc.), quando se mete num labirinto, nao tem nem mesmo a ideia de marcar o chao para saber por onde ja passou.
Dois jornalistas (Aline Viana e Renato Mendes) entraram em contato com professores de matematica especializados no ensino basico para discutir uma situacao hipotetica:
O curso de matematica ideal no ensino medio. Todos sabem que e impossivel implementar um curso de matematica ideal num pais inteiro: e muito professor para treinar, e muito pai e mae para os quais dar explicacoes, e muito livro didatico para reeditar, etc. Mas talvez voce queira considerar a seguinte situacao hipotetica: vai dar aulas a um unico jovem que acabou de entrar no ensino medio. So um. E um jovem inteligente e esforcado, embora ainda nao tenha dado sinais de que se tornara um matematico profissional. Alem disso, vai desconsiderar os vestibulares e o Enem, pois nao pretende treinar esse jovem para testes de admissao, e sim para o resto da vida. Sob tais circunstancias, como funcionaria seu curso de matematica ideal?
Mais uma vez, esse experimento mostrou que ha algo errado com o ensino medio no Brasil: nenhum professor quis dar aulas exatamente como elas estao sendo dadas hoje. Todos quiseram modificar o curso — alguns propuseram mais modificacoes, outros menos, mas todos propuseram modificacoes serias.
Mais tempo, menos assuntos. Em primeiro lugar, todos os professores propuseram um curriculo menor. Nesse ponto da conversa, quase sempre surgem duas palavras que um leigo nao saberia interpretar bem: “conteudismo” e “conteudista”. Se quiser, o falante pode atribuir sentido positivo as duas palavras: conteudista e a pessoa que gostaria de dar um curso cujo conteudo e importante, tao extenso quanto possivel, bem ensinado; um adepto do conteudismo acredita que, para saber se um estudante sabe matematica, basta medir se ele domina bem o conteudo de um bom livro didatico. Afinal, um bom estudante de matematica tem de ter “conteudo”. Em geral, porem, os professores pronunciam essas duas palavras com um que de reprovacao. Usam “conteudismo” para rotular a vontade de incluir no curso, e no livro didatico, uma lista extensa demais de topicos, tao extensa que o livro vai ficando muito grosso e o curso, muito corrido. Usam “conteudista” para rotular o professor que ensina o topico da semana sem se incomodar com o que esteja acontecendo no universo: ele ensina as operacoes basicas com conjuntos e, antes que a classe tenha assimilado bem a ideia, parte para os intervalos, e depois para as funcoes, etc. Um belo dia, da aulas sobre logaritmos para uma classe que ainda nao entendeu direito por que os professores sao obcecados pelas raizes da equacao de 2o grau. E, por falar em pressa, esse professor conteudista esta atrasado com o cronograma.
Na Espanha, os alunos ficam o dia todo na escola, mas mesmo assim o curriculo de matematica no ensino medio e menor. A mesma coisa em Portugal. “Nesses dois paises”, diz Patricia Azevedo, professora de matematica na Escola Vera Cruz, em Sao Paulo (SP), “os professores tem mais tempo para tratar de uma lista menor de assuntos.” Patricia estudou o sistema espanhol por conta de um curso de pos-graduacao, e acha o curriculo espanhol muito bom; quanto ao curriculo portugues, nunca o estudou formalmente, mas ja leu sobre o assunto e conversou com colegas portugueses. “No Brasil, nao so o nosso curriculo e maior, como tambem temos menos tempo.” Ora, para que o professor tenha tempo de mostrar como uma progressao aritmetica e uma geometrica tem a ver com os conceitos de funcao exponencial e logaritmica, e como tem a ver com medias aritmeticas e geometricas, sera obrigado a deixar alguns assuntos fora do curriculo. O que o professor brasileiro tipico tiraria do curriculo completamente, ou entao mencionaria apenas de passagem?
Coitadas das matrizes e dos determinantes, coitados dos numeros complexos, coitados dos polinomios e das equacoes polinomiais — fora! “Toda a teoria a partir dos numeros complexos poderia ser deixada para o ensino superior”, diz Claudio Possani. No ensino medio, tais assuntos sao adequados para apenas dois tipos de estudante: o que adora a matematica pura (isto e, a matematica pelo prazer da matematica, sem nenhuma outra justificativa), e o que ja tem certeza de que vai entrar numa faculdade de fisica ou de engenharia. Patricia concorda, embora com pesar. “Nao quero passar a impressao de que nao gosto de numeros complexos ou de matrizes. Eu acho tais assuntos lindos. Mas, no ensino medio, sera mesmo que o aluno precisa estudar numeros complexos para descobrir que gosta de matematica?” Maria Jose Vasconcellos, coordenadora do curso de matematica no Colegio Rio Branco (Sao Paulo, SP), tambem escolheu reduzir o escopo da trigonometria. O estudante nao precisa estudar certas formulas especificas, que so vai usar, se usar, num numero pequeno de situacoes. “Muitas vezes, o professor sente vontade de trabalhar o detalhe do detalhe; isso porque ele gosta desse detalhe. Como resultado, produz um aluno incapaz de calcular o juro que vai pagar no emprestimo do automovel, mas capaz de resolver uma inequacao trigonometrica com um artificio tecnico sofisticado.” Maria Jose acha que certas ideias so fazem sentido de verdade para quem ja tem alguns anos de pratica. O estudante so conseguira apreciar a beleza dos numeros complexos, dos determinantes e das minucias da trigonometria quando ja tiver construido “um edificio matematico grande”, para usar as palavras de Maria Jose. “Antes disso, ele se sente atropelado.”
(Nenhum desses professores esta dizendo que o professor nao deve mencionar tais assuntos em aula, ou mesmo ensinar os fatos mais basicos para dar ao jovem uma ideia do que vem pela frente, ate porque o proprio estudante pergunta se existe algo a fazer com a equacao x2 = –1. O que eles estao dizendo e que talvez nao seja necessario obrigar o jovem estudar em detalhes cada um desses assuntos.)
Pois bem: o que tais professores quiseram fazer com o tempo livre hipotetico? Que assuntos incluiram no curriculo?
Que amor de funcao. Patricia quis dedicar bastante tempo ao estudo do conceito de funcao. E o jeito mais natural de trabalhar varios assuntos ao mesmo tempo: geometria de coordenadas (ou geometria analitica), progressoes aritmeticas e geometricas, comprimentos e areas, inter-relacoes entre numeros, resolucao de equacoes, intervalos. “A geometria analitica e muito potente”, diz Patricia; “o estudante pode usa-la na fisica, na quimica, na biologia.” Ela acha que o professor, caso recorra bastante a geometria de coordenadas ao ensinar funcoes, facilmente faz o estudante se debrucar sobre trigonometria; muitas questoes tecnicas da trigonometria, que sao meio artificiais quando ensinadas a parte, ficam mais naturais no contexto de uma funcao.
Como consequencia feliz desse enfoque mais demorado em funcoes, e com o apoio da geometria de coordenadas, Patricia conseguiria ensinar melhor a matematica financeira. Para o jovem habituado ao trato com funcoes, a matematica financeira nao apresenta nenhum desafio de ordem matematica; ela e mais um desafio de vocabulario, pois o que o estudante tem de fazer e converter em matematica o jargao usado por empresas, bancos, e governos. “Para mim, a matematica financeira e mera aplicacao das funcoes. Nao precisamos de um modulo so sobre isso, nem de um professor so para isso, nem de um dia na semana so para isso.”
Com as funcoes, diz Patricia, o professor tambem pode explicar melhor a probabilidade e a estatistica, assuntos para os quais ela tambem dedicaria mais tempo. “Vejo mais esse assunto como sendo ligado a cidadania, para alem da escola. O estudante tambem e um leitor — e um eleitor.”
Por fim, se pudesse, Patricia quis introduzir no curriculo um assunto novo: logica. “Se e para dar um curso ideal, tenho de ensinar logica.” Ela se refere a parte da logica que o matematico usa para escrever demonstracoes, em geral com bastante referencia a locucoes e simbolos tipicos da teoria dos conjuntos. O estudante precisa saber o que sao axiomas e teoremas, hipoteses e teses, implicacoes e relacoes de equivalencia; ele precisa saber o que deve fazer para provar que A implica B, ou que A se e somente se B; ele precisa saber o que e condicao necessaria, condicao suficiente, condicao necessaria e suficiente; ele precisa saber como montar uma tabela verdade e interpreta-la. “A logica tem uma vantagem”, diz Patricia: “ela deixa o estudante bem mais capaz de usar a tecnologia. Um bom curso de logica naturalmente se transforma num curso de programacao de computadores. Se quero formar o estudante para o seculo 21, tenho de seguir esse caminho: logica e programacao. Quando paro para pensar nisso um pouquinho, percebo como o curriculo brasileiro e inadequado.”
Claudio Possani diz algo semelhante, mas com outras palavras: no ensino basico (fundamental e medio), a maioria dos alunos nao sabe fazer nem mesmo as demonstracoes mais basicas. “No sexto ano”, diz Possani, “o aluno ja discute a ideia de fonte primaria durante as aulas de historia, e ja sabe distinguir fonte primaria de fonte secundaria, e tambem ja sabe, do jeito inocente dele, o que autoriza o historiador a dizer que Napoleao fez isso ou aquilo. No ensino medio, contudo, o aluno ainda nao sabe dizer por que o teorema de Pitagoras e verdadeiro. Ele nao sabe produzir uma demonstracao dessa verdade; no curso de matematica, ele nao estuda a historia de como os matematicos validam as ideias matematicas.”
Possani ficou imaginando como usaria parte de seu tempo livre para contar a historia das ideias matematicas, mas sempre de um jeito a interliga-la a outras historias. Pois a historia dos conceitos matematicos faz parte de varias outras historias interessantes: a da filosofia, a da ciencia, a da guerra, a do comercio. Esther Pacheco de Almeida Prado, professora no Instituto de Ciencias Matematicas e de Computacao da USP em Sao Carlos (SP), tambem quis dar maior enfase a historia, e nao so porque o aluno em geral gosta, mas porque a historia e o unico jeito de passar certas distincoes tecnicas refinadas. O professor so consegue explicar apropriadamente por que a definicao de funcao e tao complicada quando recorre a historia, isto e, quando explica os problemas que os matematicos tiveram no passado por causa de definicoes mais toscas. (Especialmente o problema de definir com precisao o que seria a funcao inversa de uma funcao. Sem uma definicao precisa de funcao inversa, ninguem consegue, por exemplo, definir bem a funcao y = ex; pois hoje em dia os matematicos definem precisamente a funcao y = lnx e so depois disso definem y = ex como sendo a inversa de y = lnx. Alem disso, o conceito de funcao serve de alicerce para muitos outros conceitos importantes, entre os quais o de grupo e o de espaco vetorial.) “Todos sempre dizem que a historia da matematica e algo importante na educacao basica”, diz Esther. “Contudo, como a historia nao aparece nos vestibulares nem no Enem, os professores em geral so a mencionam de passagem.”
Maria Jose concorda com seus colegas, e acha que mais tempo para as funcoes, a geometria de coordenadas e a historia daria ao professor a oportunidade de ajudar o aluno a estudar melhor — ora, ora! — os numeros. Em outras palavras, ela quis dar a seu sortudo aluno imaginario uma especie de introducao a teoria dos numeros. Isso porque alunos do ensino medio conseguem entender, e apreciar, o teorema fundamental da aritmetica, o algoritmo da divisao, a aritmetica modulo m. “Mesmo assim”, diz Maria Jose, “eu nao chegaria a trabalhar os numeros complexos em toda a sua gloria.”
De problema em problema. Todos eles abandonaram o estilo comum de dar aulas: exponha um topico da teoria, passe uns poucos exercicios de fixacao, tire duvidas, passe exercicios mais dificeis, tire duvidas, passe licao de casa, tire duvidas. Exponha outro topico da teoria e repita o processo.
No lugar desse estilo comum, adotaram um mais dificil, que exige mais do professor e do aluno, mas que lembra a matematica tal como e praticada por matematicos:
Passe um problema dificil e interessante ao aluno. Deixe-o lutar com o problema por um tempo. De um pouquinho de teoria. Deixe-o trabalhar mais no problema, desta vez equipado com esse pouco de teoria. Quando o aluno estiver no ponto certo, peca-lhe um ensaio sobre a resolucao do problema. (O aluno deve virar um autor de ensaios sobre ideias matematicas, e nao um resolvedor de exercicios propostos.) Leia a primeira versao do ensaio produzido pelo aluno. Tire duvidas e de mais teoria. Deixe-o trabalhar no problema um pouco mais. Aprove o ensaio final. Explique a notacao moderna para aquele tipo de problema. Peca ao aluno que revise o ensaio para deixa-lo com notacao moderna. Aprove a versao revisada do ensaio. Por ultimo, passe uma lista de exercicios interessantes que, a essa altura, o aluno consegue resolver, pois ja conhece a teoria e domina a notacao. Tire duvidas. Depois disso, passe outro problema dificil e interessante e repita o processo. (Veja a figura 1 logo abaixo.)
Fig. 1. E assim que um curso de matematica deveria ser organizado, dizem professores experientes: de problema em problema. As bolas grandes representam problemas interessantes e dificeis. As pequenas representam exercicios. A distancia entre as bolas representa o tempo que o professor deve dar ao aluno para trabalhar no problema e estudar a teoria e a notacao. O formato helicoidal representa um metodo didatico: a cada problema, o professor apresenta assuntos novos e retoma assuntos antigos.
Uma das vantagens desse metodo, diz Possani, e que o problema tanto pode ser da matematica pura quanto da aplicada. A certa altura, o professor pode pedir ao aluno que ache um jeito de dizer que a circunferencia de um circulo de raio igual a 1 vale 2π radianos, para que o aluno tenha a ideia de “integrar” o circulo por meio de uma sucessao de semirretas cada vez mais curtas. (Veja a figura Cqb.) Ou o professor pode perguntar qual a probabilidade de que alguem seja atropelado na faixa de pedestres, com o farol de pedestres verde, por um carro branco cujo motorista, de uns 60 anos, nao viu o farol vermelho para os carros. Depois que o aluno trabalhar a beca para obter os dados e calcular a probabilidade, o professor pode ainda perguntar: quantas vezes isso acontece por dia na cidade?
Outra vantagem: o professor nao passa um topico inteiro de uma unica vez e, depois disso, nao toca mais no assunto. A cada problema, e guiado pelo professor, o aluno recorre a ideias e metodos de varios campos da matematica: algebra, combinatoria, funcoes, geometria de coordenadas, trigonometria, estatistica, conjuntos, logica, simetrias, topologia, grafos, probabilidade, computacao.
Maria Jose ate acha que um otimo jeito de comecar esse ensino medio ideal seria dar ao aluno um curso de introducao a resolucao de problemas; o professor talvez queira usar o livro A Arte de Resolver Problemas, de George Polya, como referencia. “Nao podemos esperar que o aluno saia resolvendo problemas sem que passe por um periodo especifico de preparacao. Ele precisa saber qual e o papel do raciocinio, da criatividade, da perseveranca.”
Mais livros, menos livros. Nenhum aluno se daria bem num curso assim se nao fosse um bom leitor de textos sobre matematica, e isso tambem deve fazer parte do curso ideal de matematica no ensino medio, diz Maria Jose. “E fundamental capacitar o aluno para a leitura. Quem ensina a ler matematica nao e o professor de portugues, mas o de matematica.” Ela pede desculpas pelo obvio, mas afirma: o aluno que sabe ler um romance complicado nao necessariamente sabe ler um livro de matematica; e algo que deve aprender. “Alem disso, nao pense que o aluno, ao ler sobre equacoes de segundo grau, naturalmente vai notar a semelhanca com as formulas da fisica. De modo geral, ele nao nota isso sozinho. E funcao do professor, durante o curso de leitura, digamos assim, ajudar o aluno a fazer essa conexao da matematica com outras areas da ciencia.”
Nenhum dos professores quis abandonar o livro didatico, mas todos reduziram bastante o tempo gasto com eles. Em compensacao, pensaram em obrigar o aluno a ler mais trabalhos “de personalidade”, por falta de locucao melhor: livros, artigos cientificos, artigos de divulgacao cientifica; na internet, blogs. Um exemplo: Matematica Ludica, de Leon Battista Alberti (Zahar, 2006). Alberti e um autor do seculo 15, que se esforcou para explicar a seu leitor, “mui claramente”, coisas do tipo “como medir com a vista a altura de uma torre” e do tipo “como medir a profundidade de um poco ate o nivel d’agua”. Outro exemplo: Elementary Number Theory, de Underwood Dudley; e um livro sobre teoria dos numeros que qualquer estudante do ensino medio pode entender, caso tenha uma maozinha de seu professor de matematica e do professor de ingles.
Maria Jose acha que o curso ideal nao existe por causa de motivos bem simples: nao existe professor ideal, pais ideais, sociedade ideal. Como um professor pode reduzir a enfase sobre os numeros complexos se eles caem no vestibular? Como pode ensinar a aritmetica modulo m se ele mesmo nao domina o assunto tao bem quanto gostaria? Como pode usar menos livros didaticos e mais livros “de autor” se tem pouco tempo para ler, e se poucos desses livros estao vertidos para o portugues? Como pode montar um curso do tipo “de problema em problema” se o aluno e seus pais esperam um curso do tipo “me ensine ai como responder as questoes do vestibular em menos de 3 minutos”? Diz Maria Jose: “Faz uns poucos anos, o Enem era diferente dos vestibulares, e nos ajudava a justificar um curso de matematica mais perto do ideal. Agora, contudo, tenho a impressao de que o Enem esta se aproximando dos vestibulares; esta virando algo mais conteudista. Assim, hoje em dia, montar um curso mais proximo do ideal voltou a ficar dificil.”
Principalmente, contudo, um curso ideal so funciona se houver um aluno ideal. O aluno nao precisa ser nenhum genio, mas deve compreender alguns fatos basicos: se nao se esforcar, nao vai entender; se nao estiver sempre resolvendo problemas e lendo sobre matematica, vai esquecer o que aprendeu (pois a capacidade de fazer matematica e algo que se perde com a falta de pratica); nao pode esperar que o professor lhe ensine tudo de mao beijada, pois o professor nao sabe tudo, e alem disso o ensino medio dura somente tres anos. A matematica e grande demais. Ela nao cabe no ensino fundamental, nem no medio, nem no superior — nao cabe nem na vida inteira de uma pessoa que estude matematica por decadas a fio. {❏}
{3}/ Apendice: Geometria ou transformacoes?Com um pouco de teoria sobre a geometria de coordenadas e as primeiras ideias sobre relacoes e funcoes, o professor ja pode introduzir a ideia de transformacoes no plano, que e totalmente inutil para quem so se preocupa com o vestibular e absurdamente util para quem resolve problemas. Um bom primeiro passo e mostrar a figura 2 com a seguinte historia: “Voce tem um desenho num plano cartesiano, que pode ver como se fosse um conjunto de pontos, cada um com sua dupla de coordenadas (x, y). Voce gostaria de mover todos esses pontos 5 unidades para a direita e 3 unidades para cima. Como pode comecar?”
A certa altura, o estudante (vamos chama-lo de Bernardo) vai chegar a uma versao da equacao a seguir:
Com ela, quis dizer o seguinte: “Por meio da transformacao T, pego as coordenadas de um ponto do desenho, que sao x e y, e as transformo nas coordenadas do novo ponto, no desenho ja deslocado, que sao x’ e y’. Em outras palavras, a abscissa x do desenho original vira a abscissa x’ do desenho novo, e a ordenada y do desenho original vira a ordenada y’ do desenho novo.”
Mas, como Bernardo deve deslocar cada ponto do desenho 5 unidades para a direita e 3 unidades para cima, cada abscissa x do desenho original se transforma em x + 5 no desenho novo, e cada ordenada y se transforma em y + 3. Sendo assim:
As duas equacoes implicam uma informacao importante e util:
Bernardo brinca com isso tudo por um tempo. A certa altura, o professor diz: “Voce ja sabe que, caso plote o grafico da equacao y = x2 num plano cartesiano, vai plotar a parabola mais conhecida de todas. [Mostra ao estudante uma versao da figura 3.] O que deve fazer caso queira deslocar essa parabola 5 unidades para a direita e 3 unidades para cima?”
Depois de experimentar com as informacoes que possui, Bernardo a certa altura pensa assim: “Sei que y = x2. Sei tambem que x’ = x + 5, logo x = x’ – 5. E sei tambem que y’ = y + 3, logo y = y’ – 3. Vou agora substituir, na equacao y = x2, y por y’ – 3 e x por x’ – 5.”
Ao plotar as duas curvas no mesmo plano cartesiano (figura 4), ve que obteve o que pretendia: a curva de y = x2 (em azul) se deslocou 5 unidades para a direita e 3 unidades para cima [a equacao da curva vermelha e y – 3 = (x – 5)², isto e, y = x² – 10x + 28]. Com isso, entendeu por que “mover o grafico 5 unidades para a direita” significa, na pratica, “trocar x por x – 5”, e “mover o grafico 5 unidades para a esquerda” significa “trocar x por x + 5”. Esse lance de “menos 5” leva o grafico para a direita e “mais 5” leva o grafico para a esquerda confunde um monte de gente.
Perseguindo ideias desse tipo com a ajuda do professor, Bernardo descobre varias coisas:
(a) Com a transformacao G(x, y) = (x, –y), reflete uma imagem tendo o eixo x como eixo de reflexao, ou como “espelho”. Assim, y = x2 vira y’ = –(x’)2.
(b) Com a transformacao H(x, y) = (y, –x), gira uma imagem 90° no sentido horario. Desse modo, y = x2 vira x’ = (y’)2 (ou y’ = ±√x’). Bernardo nota que, com essa transformacao H, partiu de uma funcao bem definida (para cada valor de x, existe so um valor de y) e chegou numa relacao (para cada valor de x, ha dois valores de y).
(c) Os matematicos chamam as transformacoes T, G e H de “transformacoes rigidas”, porque elas “preservam as distancias”, isto e, nao esticam nem encolhem as imagens. Se a distancia entre dois pontos na figura original e de 1 unidade, na figura transformada a distancia entre os dois pontos correspondentes e tambem de 1 unidade. Com transformacoes desse tipo, Bernardo consegue provar, com pouco trabalho, afirmacoes que deram uma trabalheira desgracada a Euclides em Os Elementos.
(d) Bernardo descobre que pode aplicar varias transformacoes em sequencia. Se R, S e T sao transformacoes no plano cartesiano comum, U = RST significa: “Aplique a cada ponto (x, y) primeiro a transformacao T, depois a S, e por ultimo a R.” Ao ir atras das consequencias logicas de pensamentos desse tipo, o professor pode ajudar Bernardo a ver a necessidade de estudar matrizes e algebra linear, alem de teoria dos grupos.
(e) Uma transformacao nao precisa ser rigida. Ela pode esticar ou comprimir as imagens. Com a transformacao J(x, y) = (x2, xy), por exemplo, Bernardo pega uma figura e a estica e a amplia a direita, como mostrou na figura a seguir, na qual, depois da transformacao nao linear J, y = x2 virou y’ = x’ · ±√x’.
(f) Com a pratica, Bernardo comeca a perceber como e (relativamente) facil construir programas de computador para fazer animacoes. Programas de computador especializados em animacao estao cheio de termos tecnicos que parecem retirados de livros sobre transformacoes: translacao, rotacao, centro de rotacao, reflexao, eixo de reflexao. Nao e coincidencia.
(g) Bernardo pega uns artigos sobre matematica mais avancada e circunda algumas expressoes nas quais aparece a palavra “transformacao”: “voce pode representar as duas transformacoes com matrizes 2 × 2”, “se a matriz A representa tal reflexao”, “uma funcao e mais ou menos uma transformacao desse tipo”, “tais simetrias permanecem constantes num tal grupo de transformacoes”. O estudante pode explicar essas ocorrencias ao examinar textos de matematicos como Felix Klein (1849-1925) e Andrei Kolmogorov (1903-1987); para ambos, as transformacoes eram o verdadeiro objeto da geometria. {FIM}
Observacoes:
1. Publiquei essa materia pela primeira vez na revista Calculo: Matematica para Todos, edicao 44, setembro de 2014, pag. 28. A versao que acabou de ler foi revista e ligeiramente reescrita.
2. As entrevistas foram realizadas pelos jornalistas Aline Viana e Renato Mendes.
3. Ha outras materias neste blogue correlacionadas com o tema “Como reformar o ensino medio”. Eis as mais lidas:
(a) Imenes e Lellis: Reforma do ensino medio.
(b) Calculo no ensino medio: ja passou da hora.
(c) Um cerebro, duas variacoes (tambem sobre calculo no ensino medio).
(d) O Lamento de um Matematico (excelente artigo do matematico americano Paul Lockhart).
(e) Para que serve a matematica? (Artigo de Underwood Dudley.)
(f) Para pensar sobre o ensino de logaritmos no ensino medio, leia Logaritmo e mais que outro nome para expoente.
(g) O artigo Tudo sobre numeros complexos, baseado num capitulo de livro do matematico ingles G. H. Hardy, e para mim o melhor jeito de abordar o assunto.
(h) Se quiser saber mais sobre aritmetica modulo m, veja o artigo Algebra abstrata: Um amor a primeira vista.
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En esta área protegida se pueden observar más de 270 especies de aves, entre las que se pueden destacar garceta bueyera, tortolita rojiza, perico barbinaranja, amazilia colirrufa, loro cabeciazul, tucán pico iris, tirano tropical, soterry común, ….
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Hace poco nos dimos una vuelta por el Parque Nacional General de DivisiA³n Omar Torrijos Herrera (PNGDOTH) ubicado en las tierras altas de la cordillera central, entre los ocA©anos AtlA¡ntico y PacAfico, en el distrito de la Pintada, comunidad del CopA© en la provincia de CoclA©. La entrada hacia este parque nacional se ubica unos minutos despuA©s de pasar por PenonomA©, antes de llegar al CaA±o, entrando por la comunidad de la Candelaria.
Este parque nacional fue creado mediante Decreto Ejecutivo NAomero 18 del 31 de julio de 1986 y estA¡ incluido dentro del Sistema Nacional de Areas Protegidas para preservar la gran diversidad biolA³gica de la regiA³n central panameA±a o cordillera central. El Parque lleva el nombre del General Omar Torrijos ya que dentro del mismo se encuentra el Cerro Marta, en cual se estrellA³ la avioneta en el accidente que ocasionA³ la muerte del General. A Se encuentra dentro del Corredor BiolA³gico Mesoamericano.
Se llega a travA©s de la carretera que parte de la vAaA interamericana (kilA³metro 167) en la entrada de la comunidad de la Candelaria, arribando a laA comunidad de El CopA©. Este recorrido tiene unos 28 kilA³metros. Luego se tomaA al norte por un camino de tierra, para llegar a la poblaciA³n de BarrigA³n.A De esta comunidad parte un camino empedrado de 5 kilA³metro que asciende hasta el cerro el Calvario, dentroA del parque.
Los buses solo llegan al Chorro las Yayas, enclavado en las faldas del parque. Pero es fA¡cil contactar con los taxistas para que lo suban hasta el parque. Generalmente por un costo de 15$ el viaje.
La temperatura es muy agradable y tiene rangos de mediciA³n que oscilan entre los 18 y 29 grados centAgrados.
Cubre una extensiA³n de 25,275 hectA¡reas y dentro de sus lAmites se encuentran unas siete comunidades: El Potroso, Las PeA±itas, El Tigre, La Rica, El Guabal, RAo Blanco y CaA±o Sucio y en sus alrededores se encuentran los poblados de El CopA©, BarrigA³n, La Junta, Cerro Hueco, Belencillo, Aguas Blancas, Bateales y Palmarazo. Protege las cabeceras de los rAos mA¡s importantes de la regiA³n coclesana, tales como el rAo San Juan, el rAo BelA©n y el ConcepciA³n en la vertiente caribeA±a; y el rAo Grande, el rAo Marta y el rAo Nombre de Dios en la vertiente del PacAfico. En su territorio sobresalen los cerros Negro (1408 metros), PeA±a Blanca (1314 metros), Blanco (1192 metros) y Marta (1046 metros).
En el aA±o de 1986 la superficie del parque era de seis mil hectA¡reas, sin embargo, la misma fue ampliada segAon criterios ecolA³gicos en el aA±o de 1996 a 25,275 hectA¡reas, con el propA³sito de incorporar tierras que requerAan su conservaciA³n y protecciA³n.
Al llegar a el CopA© vimos una primera entrada hacia el Cerro Marta, seguimos y encontramos otra entrada directo al parque. Fue un recorrido de media hora hasta llegar al Centro de Visitantes. Pasamos por la comunidad de BarrigA³n, tambiA©n por la entrada del Chorro las Yayas, incluso pasamos sobre un riachuelo y unos minutos despuA©s estA¡bamos en la oficina de control y monitoreo ambiental de Anam, en la cual no habAa nadie y nos tomamos el beneplA¡cito de seguir, algo un poco extraA±o pues en este puesto laboran dos guardaparques por turno y es allA en donde debe hacerse el pago de la entrada, la cual es de 3 dA³lares por adulto panameA±o y 5 dA³lares si eres extranjero.
Desde ahA la vista era impresionante, a lo lejos se veAa lo recorrido desde la carretera Interamericana, bastas montaA±as a lo lejos, un paisaje increAble en donde se puede apreciar casi todo el CopA© y hasta el OcA©ano PacAfico.
Minutos despuA©s nos topamos con el responsable de Anam y nos dio el permiso de seguir, nos explicA³ de dejar el auto en el centro de visitantes en caso de subir a el Cerro el Calvario.
Hicimos lo establecido y empezamos la caminata hacia El Calvario, que bien tiene su nombre pues subAamos y subAamos, nos demoramos aproximadamente 30 minutos hasta llegar a la cima. En el camino pudimos disfrutar de la diversidad de flora del parque. El cerro se encuentra a 912 metros sobre el nivel del mar y es unos de los pocos sitios en el mundo en donde en dAas claros se pueden observar los dos mares, y efectivamente tuvimos la dicha de ver el Mar Caribe y el OcA©ano PacAfico, como nos habAan advertido, A ya que el sol era incandescente y radiante.
Fue impresionante ver la majestuosidad del Cerro Marta, en el cual cayA³ la avioneta en donde muriA³ el general Omar Torrijos, motivo por el cual el parque lleva su nombre. A lo lejos vislumbramos las comunidades de Coclesito, San Juan de Turbe, Boca de Toabre incluso CoclA© del Norte; todo esto confirmado por un profesor de geografAa que guiaba estudiantes de PenonomA© y con quienA tuvimos el placer de conversar en la cima del cerro Calvario.
En la parte mA¡s elevada del parque como en el cerro Marta y el Calvario, se desarrollan bosques pluviales montanos bajos y a medida que se desciende estA¡n los bosques pluviales y hAomedos premontano, y los muy hAomedos tropicales. Se cree que de las 2 mil 604 especies de plantas y 552 especies de vertebrados terrestres que se encuentran en la provincia, la mayorAa tiene presencia en el parque. Existe tambiA©n una gran diversidad de especies endA©micas o propias de estos bosques, unas 60 muestras han sido recolectadas dentro de la zona montaA±osa. SegAon los estudios cientAficos, el A¡rea se originA³ por la alternancia de las actividades volcA¡nicas y sedimentarias que caracterizaron la formaciA³n del istmo de PanamA¡.
El propA³sito primordial del parque es proteger una gran extensiA³n de rAos y bosques principales para preservar el ecosistema del paAs. Existen cuatro zonas de vida: el bosque hAomedo tropical, bosque muy hAomedo tropical, bosque hAomedo premontano y bosque hAomedo premontano bajo. Se observan exuberantes helechos arbA³reos, palmas, enormes A¡rboles como el guayacA¡n y jacaranda, musgos, muchas orquAdeas, bromelias, heliconias, anturios, algunas plantas endA©micas como la selaginelas, scheffleras, la emblemA¡tica monolena glabra y el A¡rbol copA©, nativo del parque y por el cual lleva su nombre. TambiA©n posee A la planta carnAvora (Drossera capillaris) caracterAstica de los suelos pobres en nutrientes, y un sinnAomero de otras plantas endA©micas del lugar. En el parque se encuentra la Aonica zamia epifita en el mundo, la cual crece sobre A¡rboles y sus hojas asemejan a la de una palma.
Solo en aves se pueden observar aproximadamente 350 especies diferentes, el colibrA pico de hoz, por su diseminada presencia, ha sido escogido como ave sAmbolo del parque, aquA se puede ver el Ave Sombrilla (Cephalopterus glabricollis)A que segAon la actualizaciA³n de la Lista Roja de la UICN de Especies Amenazadas, de su estatus de ‘Vulnerable’ pasA³ a estar ‘En Peligro’; anualmente los observadores de aves se dirigen a este parque en busca de poderse encontrar con esta ave e incluirla en su lista de «lifebirds».
Entre su flora sobresalen las epifitas; tambiA©n los legendarios y vetustos helechos arbA³reos, que son conocidos como verdaderos fA³siles vivientes. El parque debe ser un modelo de conservaciA³n porque allA hay referencia de la vida animal y vegetal que no existe en ningAon otro sitio del mundo.
Al bajar del Calvario, toquA© alguna planta con pelos urticantes y se me metieron en los dedos; despuA©s de sacarlos seguimos caminando y fuimos a conocer el centro de visitantes en donde pagamos los 3 dA³lares de ingreso al parque. El centro de visitantes es genial, tiene basta informaciA³n, un pequeA±o mirador, algunas sillas y mesas, un patio perfecto para acampar y del mismo centro de visitantes se empiezan los famosos senderos del parque hechos por la Anam.
Sin duda nos fuimos a recorrerlos, encontramos varios senderos: Sendero de la Rana de 2km que puede ser extenuante para una persona con malas condiciones fAsicas; el Sendero los Helechos de 800 metros es el mA¡s accesible para todo tipo de personas incluyendo niA±os, El Sendero del Cuerpo de Paz es el mA¡s largo y el que requiere de mejores condiciones fAsicas de parte del visitante ya que consta de dos horas de caminata aproximadamente lo cual puede convertirse en mA¡s tiempo en malas condiciones.
En el parque tenemos un buen amigo, el guardaparque AndrA©s con quien nos hemos sentado a conversar por horas sobre las vicisitudes que conlleva trabajar en un parque nacional. Nos contA³ que hay personas que se han desviado de los caminos y han ido a parar caminando a comunidades como La Rica, a varios kilA³metros del parque. Es importante que cuando visites este parque y quieras recorrer sus senderos, si no te sientesA seguro, pidas a un guardaparque que te acompaA±e, y si vas de gira cientAfica y te vas a demorar mA¡s, tambiA©n avises a los guardaparques para que estA©n conscientes de que demoraras, ya que elA parque es grande. Otro punto a recalcar es no alejarse de los senderos que ya estA¡n marcados.
Personalmente hemos tenido la dicha de ver un jaguarundi detrA¡s de la cabaA±a, tambiA©n zarigA¼eya gris, ardillas enanas (Microsciurus sp).
Nos retiramos del centro de visitantes y fuimos directo al Chorro las Yayasa relajarnos bajo sus frAas aguas en perfecta.
Como leen y ven, el Parque Nacional Omar Torrijos posee todo en un solo lugar, es un sitio excepcional, lleno de vida silvestre, muy bien conservado, y esperando ser visitado.
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SciELO - Saúde Pública - Conhecimentos sobre triatomíneos ...
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A participacao comunitaria e a principal estrategia para a manutencao da vigilancia entomologica da doenca de Chagas. O objetivo deste estudo foi avaliar conhecimentos sobre triatomineos e a doenca de Chagas entre moradores de oito localidades de Diamantina, Minas Gerais, atentando a uma eventual relacao entre os conhecimentos e a infestacao vetorial. Para avaliacao dos conhecimentos foi aplicado questionario com questoes fechadas e abertas a 583 moradores com idade igual ou superior a dez anos e, para avaliar a capacidade de reconhecimento de triatomineos, foi apresentado mostruario com insetos. As respostas as questoes fechadas foram analisadas quanto a frequencia e associacao com a infestacao triatominica. As respostas as questoes abertas foram organizadas em eixos tematicos e analisadas descritivamente. Embora a capacidade de reconhecer os triatomineos nao tenha sido associada a infestacao das localidades, os residentes em areas com maior infestacao demonstraram conhecer melhor os servicos de referencia e a necessidade de encaminhar os insetos a estes. Nao foi observada associacao entre a infestacao triatominica e os conhecimentos sobre a doenca de Chagas. Os resultados ora apresentados podem orientar acoes de educacao em saude voltadas para a participacao da comunidade na notificacao de triatomineos.
IntroducaoA doenca de Chagas representa uma endemia de grande importancia no continente Americano, onde acomete principalmente populacoes vulneraveis de zonas rurais que vivem em precarias condicoes de habitacao. A transmissao vetorial do Trypanosoma cruzi (Chagas 1909) responde como a principal forma de infeccao ao homem11. Rassi Jr A, Rassi A, Marin-Neto JA. Chagas disease. Lancet 2010; 375(9723):1388-1402.. Os vetores sao hemipteros hematofagos de 149 especies, pertencentes a subfamilia Triatominae, popularmente conhecidos como ‘barbeiros’22. Costa J, Correia NC, Neiva VL, Goncalves TCM, Felix M. Revalidation and redescription of Triatoma brasiliensis macromelasoma Galvao, 1956 and an identification key for Triatoma brasiliensis complex (Hemiptera: Reduviidae: Triatominae). Mem Inst Oswaldo Cruz 2013; 108(6):785-789.,33. Jurberg J, Cunha V, Cailleaux S, Raigorodschi R, Lima MS, Rocha DS, Moreira FFF. Triatoma pintodiasi sp. nov. do subcomplexo T. rubrovaria (Hemiptera, Reduviidae, Triatominae). Rev Pan-Amaz Saude 2013; 4(1):43-56..
No Brasil, as acoes de combate a doenca de Chagas, desde os seus primordios, focalizaram no controle de vetores no ambiente domiciliar, sendo conduzidas em forma de campanha na decada de 1950, alcancando toda a area entao endemica em meados de 1980, por meio do Programa de Controle da Doenca de Chagas (PCDCh), sob coordenacao e execucao direta do governo federal por meio da Superintendencia de Campanhas de Saude Publica (SUCAM)44. Silveira AC, Pimenta-Junior F. A insercao institucional do controle da doenca de Chagas. Rev Soc Bras Med Trop 2011; 44(Supl. 2):19-24..
O PCDCh seguiu o modelo da Campanha de Erradicacao da Malaria, tendo sido estruturado em tres grandes fases: de reconhecimento geografico e levantamento triatominico, de ataque ao vetor domiciliado e de vigilancia entomologica. Nas duas primeiras fases as acoes tinham carater vertical, com presenca ostensiva de agentes visitando residencias em busca de insetos e aplicando inseticidas de acao residual nas habitacoes da area endemica. Na fase de vigilancia entomologica, por outro lado, a baixa infestacao domiciliar dificultava a deteccao de vetores por pesquisa direta dos agentes, nao justificando, do ponto de vista de custo-efetividade, a permanencia dos mesmos no campo, em extensas areas, muitas vezes de dificil acesso. Nesse contexto, a deteccao dos triatomineos cabia majoritariamente aos moradores, que, ao encontrarem algum inseto suspeito, encaminhavam para uma pessoa da comunidade responsavel por um dos Postos de Informacao de Triatomineos (PIT), geralmente sediados em escolas, postos de saude ou residencias. A partir dos PIT o inseto era enviado ao servico de saude para identificacao e exame para deteccao de tripanossomatideos. Uma vez confirmado que o inseto era um triatomineo, um agente de campo visitava a residencia notificante e conduzia uma busca de outros especimes e, em caso positivo, executava a borrifacao com inseticidas em todo o imovel e em seus anexos peridomiciliares55. Moreno EC, Baracho L. Vigilancia epidemiologica no Programa de Controle da Doenca de Chagas em Minas Gerais, Brasil (1984-1998). Cad Saude Publica 2000; 16(Supl. 2):113-116.6. Silveira AC, Dias JCP. O controle da transmissao vetorial. Rev Soc Bras Med Trop 2011; 44(Supl. 2):52-63.-77. Dias JCP. Vigilancia epidemiologica em doenca de Chagas. Cad Saude Publica 2000; 16(Supl. 2):43-59..
Atualmente, gracas aos esforcos de controle, a transmissao vetorial da infeccao chagasica no Brasil encontra-se controlada11. Rassi Jr A, Rassi A, Marin-Neto JA. Chagas disease. Lancet 2010; 375(9723):1388-1402.. Nesse contexto, a vigilancia entomologica com participacao comunitaria e reconhecida de forma mais ampla do que uma fase dentro do PCDCh, constituindo-se como estrategia continua e sustentada no tempo e espaco para prevencao de novas infeccoes77. Dias JCP. Vigilancia epidemiologica em doenca de Chagas. Cad Saude Publica 2000; 16(Supl. 2):43-59..
O Vale do Jequitinhonha, localizado na porcao nordeste do estado de Minas Gerais representa uma das regioes mais pobres no Brasil, tendo sido, no seculo XX, uma das areas com maior incidencia da doenca de Chagas, com presenca recorrente de triatomineos nos domicilios, e tambem uma das primeiras regioes no pais a empreender atividades de controle desses vetores77. Dias JCP. Vigilancia epidemiologica em doenca de Chagas. Cad Saude Publica 2000; 16(Supl. 2):43-59.8. Dias JCP, CCP Loyola, Brener S. Doenca de Chagas em Minas Gerais: situacao atual e perspectivas. Rev Bras Malariol Doencas Trop 1985; 37:7-28.-99. Machado de Assis GF, Azeredo BVM, Gorla D, Diotaiuti L, Lana M. Entomological surveillance of Chagas disease in Berilo municipality, Jequitinhonha Valley, Minas Gerais, Brazil. Rev Soc Bras Med Trop 2009; 42(6):615-621..
As primeiras acoes datam dos anos 1960, quando o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) levou a cabo a desinsetizacao de residencias por meio de inseticidas, executada por agentes de saude outrora envolvidos na Campanha de Erradicacao da Malaria99. Machado de Assis GF, Azeredo BVM, Gorla D, Diotaiuti L, Lana M. Entomological surveillance of Chagas disease in Berilo municipality, Jequitinhonha Valley, Minas Gerais, Brazil. Rev Soc Bras Med Trop 2009; 42(6):615-621.,1010. Queiroz DRM. A atividade de trabalho dos agentes e gestores do Programa de Controle da Doenca de Chagas na regiao do Vale do Jequitinhonha: uma analise de conteudo [dissertacao]. Diamantina: Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; 2015.. Nos anos 1970, as acoes ficaram a cargo de consorcio estabelecido entre a Comissao de Desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha (CODEVALE) e o Centro Regional de Saude de Diamantina. Entre 1975 e 1976, grande parte da regiao se encontrava sob vigilancia entomologica com participacao ativa do professorado rural no recebimento de notificacoes de triatomineos. Nos anos posteriores, entretanto, as atividades arrefeceram progressivamente devido ao enfraquecimento do papel executivo do Centro Regional e a baixa adesao dos municipios, o que favoreceu o recrudescimento das colonias intradomiciliares de triatomineos, sobretudo Panstrongylus megistus (Burmeister 1835) e Triatoma infestans (Klug 1834). Tal situacao justificou a retomada das acoes intensivas de levantamento triatominico e ataque aos vetores na decada de 1980, quando a SUCAM assumiu o PCDCh na regiao77. Dias JCP. Vigilancia epidemiologica em doenca de Chagas. Cad Saude Publica 2000; 16(Supl. 2):43-59.,1111. Dias JVL. Vigilancia epidemiologica da doenca de Chagas em municipios pertencentes a Gerencia Regional de Saude de Diamantina [dissertacao]. Belo Horizonte: Centro de Pesquisas Rene Rachou; 2010..
Desde o ano de 1999, a execucao das acoes de vigilancia entomologica da doenca, em todo o pais, esta sob a responsabilidade dos municipios. As atividades consistem principalmente em notificacoes de insetos suspeitos por parte dos moradores ao servico de referencia (postos de saude, escolas) e consequentemente visitas de agentes de combate a endemias aos imoveis notificantes em busca de outros triatomineos, quando em caso positivo e realizada a desinsetizacao.
Nessa conjuntura, a participacao da comunidade na notificacao de triatomineos e de fundamental importancia para a manutencao do controle de vetores domiciliares. Entretanto, tem sido observado que, com o sucesso na reducao da transmissao da infeccao chagasica, somado ao aparecimento de outros agravos que carregam maior visibilidade na midia e na comunicacao em saude, parte da populacao, principalmente os mais jovens, os quais nao vivenciaram os contextos de transmissao ativa da doenca de Chagas associada a alta infestacao triatominica, tem dificuldades em reconhecer e encaminhar devidamente os insetos aos servicos1212. Silveira AC, Rezende DF, Nogales AM, Cortez-Escalante JJ, Castro C, Macedo V. Avaliacao do sistema de vigilancia entomologica da doenca de Chagas com participacao comunitaria em Mambai e Buritinopolis, Estado de Goias. Rev Soc Bras Med Trop 2009; 42(1):39-46.,1313. Villela MM, Pimenta DN, Lamounier PA, Dias JCP. Avaliacao de conhecimentos e praticas que adultos e criancas tem acerca da doenca de Chagas e seus vetores em regiao endemica de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(8):1701-1710..
Nesse sentido, e necessario que a problematica vetorial da doenca de Chagas permaneca nas acoes de educacao em saude a fim de assegurar a sustentabilidade da vigilancia, garantindo o acesso da populacao a informacoes que constituam conhecimento sobre a doenca – conhecimento aqui compreendido como um fenomeno de relacao entre sujeito e objeto, sendo a apreensao do objeto pelo sujeito considerada verdadeira do ponto de vista cientifico quando devidamente consoante com a experimentacao e observacao1414. Hessen J. Teoria do conhecimento. 2a ed. Sao Paulo: Martins Fontes; 2003.. Sendo o conhecimento resultado de uma relacao que envolve o sujeito, a incorporacao deste a pratica cotidiana depende, entre outras coisas, das crencas, interesses, valores e do contexto social das pessoas envolvidas1515. Briceno-Leon R. Siete tesis sobre la educacion sanitaria para la participacion comunitaria. Cad Saude Publica 1996; 12(1):7-30..
Um dos grandes desafios para as acoes de prevencao e controle de doencas e justamente transpor, tanto no nivel das instituicoes como no individual, o hiato existente entre o que se sabe e o que se faz, distanciamento conhecido como know-do gap1616. Bennett G, Jessani N, editors. The knowledge translation toolkit: bridging the know-do gap: a resource for researchers. New Delhi: Sage; 2011.. De acordo com a Organizacao Mundial da Saude1717. Health Organization. Bridging the “Know-Do” Gap: Meeting on Knowledge Translation in Global Health. Geneva: WHO Document Production Services. 2006 Oct [acessado 2015 mar 21]. Disponivel em: http://www.cpc.unc.edu/measure/training/materials/high-impact-research-training-curricula/bridging-the-know-do-gap.pdf/at_download/file http://www.cpc.unc.edu/measure/training/... , uma das ferramentas importantes para orientar estrategias de mitigacao do know-do gap e a identificacao dos conhecimentos da populacao a respeito das tematicas de interesse para a saude, o que pode auxiliar no reconhecimento dos pontos fracos e lacunas como passo inicial nos processos de translacao do conhecimento que em suma consiste na incorporacao de conhecimentos adquiridos por meios cientificos ou por evidencia pratica ao cotidiano de gestores, prestadores e usuarios como forma de garantir a melhor assistencia a saude1818. Graham ID, Logan J, Harrison MB, Straus SE, Tetroe J, Caswell W, Robinson N. Lost in knowledge translation: time for a map? J Contin Educ Health Prof 2006; 26(1):13-24..
Em se tratando da vigilancia entomologica da doenca de Chagas, dado seu importante componente de participacao popular, e possivel inferir que pessoas que nao conhecem os triatomineos nem sua importancia epidemiologica nao notificam os insetos aos servicos de saude, consequentemente nao havendo atendimento e captura por agentes de controle, resultando em subnotificacao do numero de triatomineos em areas onde possa eventualmente ocorrer infestacao.
Destarte, a identificacao dos conhecimentos que as pessoas tem em relacao aos triatomineos e a doenca de Chagas pode contribuir para a orientacao de acoes em saude no sentido de fortalecer a participacao comunitaria na vigilancia dos vetores da infeccao chagasica. Assim, o presente estudo propos avaliar tais conhecimentos entre moradores de localidades com diferentes indices de infestacao vetorial no municipio de Diamantina, localizado na regiao do Alto Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, regiao endemica para a doenca de Chagas.
MetodosA area de estudo compreendeu localidades urbanas e rurais do municipio de Diamantina, localizado na regiao do Vale do Jequitinhonha, nordeste do estado de Minas Gerais, e que possuia, no ano de 2014, populacao estimada em 47.803 habitantes em uma area de 3.891,659 km2, distribuidos em 333 localidades, sendo 25 bairros localizados na sede e 308 comunidades situadas no restante do municipio. A populacao urbana representa aproximadamente 87% da populacao total1919. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE). [acessado 2015 abr 1]. Disponivel em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=312160&search=minas-gerais|diamantina http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.... .
Segundo o Inquerito Sorologico Nacional, realizado no inicio da decada de 1980, o municipio de Diamantina apresentava sorologia positiva para o T. cruzi em 11,7% da populacao, superando as medias do estado de Minas Gerais e do Brasil, que eram de 8,8% e 4,2%, respectivamente2020. Camargo ME, Silva GR, Castilho EA, Silveira AC. Inquerito sorologico da prevalencia de infeccao chagasica no Brasil, 1975/1980. Rev Inst Med Trop Sao Paulo 1984; 26(4):192-204..
Para a definicao das localidades de estudo foi criado um criterio em que todas foram agrupadas em quatro categorias conforme o numero de triatomineos capturados no ambiente domiciliar mediante notificacoes e atendimentos, entre os anos de 2001 e 2011, periodo para o qual se dispunham de informacoes entomologicas detalhadas.
Dessa forma, as categorias incluiram: localidades sem infestacao (ausencia de triatomineos no periodo), localidades de baixa infestacao (correspondentes ao tercil com menor numero de triatomineos – de um a cinco insetos), media infestacao (correspondentes ao segundo tercil – entre seis e 41 insetos) e alta infestacao (correspondentes ao tercil das localidades com maior numero de triatomineos – entre 42 e 124 insetos). Foram selecionadas duas localidades de cada categoria, sendo uma pertencente ao nucleo urbano da sede municipal (bairros) e uma localizada fora da sede (localidades rurais), conforme divisao adotada pela Fundacao Nacional de Saude em que todas as localidades fora das sedes municipais constituem localidades rurais2121. Superintendencia de Campanhas de Saude Publica (SUCAM). Manual de normas tecnicas da campanha de controle da doenca de Chagas. Brasilia: Centro de Documentacao do Ministerio da Saude; 1980.. Por questoes logisticas e de maior facilidade de acesso, foi realizado sorteio entre as localidades que atendessem ao criterio de estar no maximo a 40 km de distancia da sede do municipio, sendo tambem semelhantes quanto ao relevo e vegetacao (cerca de 1000 m acima do nivel do mar e vegetacao predominante de campo rupestre). Alem disso, optou-se por sortear novamente uma localidade caso outra limitrofe ja tivesse sido sorteada.
Dessa forma, as localidades escolhidas com suas respectivas populacoes residentes, de acordo com dados da Prefeitura Municipal de Diamantina, foram: Bairro Serrano (291 habitantes) e Fazenda Bandeirinha (58) como localidades sem infestacao, Bairro Santo Inacio (547) e Povoado do Vau (101) como baixa infestacao, Bairro Gruta de Lourdes (328) e Povoado de Quartel do Indaia (105) como media infestacao, Bairro Cidade Nova (1298) e Vila de Extracao (268) como alta infestacao. Cabe ressaltar que os dados disponiveis sobre o tamanho das populacoes datavam de 2003, devido a carencia de atualizacoes de registros pela prefeitura.
Embora tradicionalmente vinculada ao meio rural, a infestacao triatominica na sede municipal de Diamantina tem sido recorrente, sobretudo em bairros perifericos, o que justificou a necessidade de inclusao de localidades urbanas neste estudo.
Para o levantamento dos conhecimentos da populacao sobre os vetores do T. cruzi e a doenca de Chagas, foi aplicado questionario de acordo com os modelos de Silveira et al.1212. Silveira AC, Rezende DF, Nogales AM, Cortez-Escalante JJ, Castro C, Macedo V. Avaliacao do sistema de vigilancia entomologica da doenca de Chagas com participacao comunitaria em Mambai e Buritinopolis, Estado de Goias. Rev Soc Bras Med Trop 2009; 42(1):39-46. e Villela et al.1313. Villela MM, Pimenta DN, Lamounier PA, Dias JCP. Avaliacao de conhecimentos e praticas que adultos e criancas tem acerca da doenca de Chagas e seus vetores em regiao endemica de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(8):1701-1710.. O instrumento continha doze questoes de multipla escolha e duas questoes discursivas.
As questoes de multipla escolha versavam a respeito dos conhecimentos sobre os triatomineos e as condutas que devem ser adotadas em relacao ao inseto (capacidade de o morador reconhecer o barbeiro entre insetos apresentados em mostruario, se alguma vez ja o tinha visto, se o entrevistado ou algum familiar fora picado pelo mesmo, o que deveria fazer caso encontrasse um barbeiro, se este transmitia alguma doenca e, em caso positivo, qual seria), sobre a doenca de Chagas (se ja ouvira falar sobre ela, quais orgaos a mesma acomete, se conhece alguem que a tenha), e sobre saber ou nao se existe algum local para onde possa levar os insetos e se ha servico de combate aos mesmos no municipio. As questoes discursivas inquiriam sobre o que se deve fazer para evitar barbeiros em casa e se o morador gostaria de dar alguma sugestao ao servico de controle da doenca de Chagas no municipio.
Para avaliar a capacidade de reconhecimento de triatomineos entre os entrevistados, ao inicio da aplicacao do questionario foi exibido um mostruario com exemplares de hemipteros (um predador adulto, um adulto e uma ninfa de P. megistus, um adulto de Rhodnius neglectus Lent 1954, uma ninfa e um adulto de um hemiptero fitofago), sendo solicitado ao morador que apontasse qual ou quais insetos ele identificava como barbeiro. Foi considerado que o entrevistado conhecia o triatomineo quando apontava pelo menos um exemplar corretamente, conforme Villela et al.1313. Villela MM, Pimenta DN, Lamounier PA, Dias JCP. Avaliacao de conhecimentos e praticas que adultos e criancas tem acerca da doenca de Chagas e seus vetores em regiao endemica de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(8):1701-1710..
Os entrevistados foram adultos e criancas com idade igual ou superior a dez anos, abordados em suas proprias residencias por dois entrevistadores previamente treinados que percorriam as localidades de casa em casa, objetivando cobrir o maximo de residencias possivel por localidade. Em cada casa eram entrevistadas individualmente todas as pessoas que quisessem participar do estudo e, no caso de menores, quando houvesse consentimento dos pais ou responsaveis. A coleta de dados foi conduzida entre dezembro de 2011 e setembro de 2013 com uma amostra significativa de 583 pessoas, considerando um nivel de significancia de 0,05.
A opcao por incluir criancas no estudo foi baseada em observacoes anteriores que constataram que pessoas mais jovens tem dificuldades em reconhecer os triatomineos, quando comparadas aos adultos, o que pode ser devido a perda de visibilidade da problematica da doenca de Chagas no ambito de transmissao vetorial controlada1212. Silveira AC, Rezende DF, Nogales AM, Cortez-Escalante JJ, Castro C, Macedo V. Avaliacao do sistema de vigilancia entomologica da doenca de Chagas com participacao comunitaria em Mambai e Buritinopolis, Estado de Goias. Rev Soc Bras Med Trop 2009; 42(1):39-46.,1313. Villela MM, Pimenta DN, Lamounier PA, Dias JCP. Avaliacao de conhecimentos e praticas que adultos e criancas tem acerca da doenca de Chagas e seus vetores em regiao endemica de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(8):1701-1710..
Apos a aplicacao dos questionarios os entrevistadores reuniam os moradores da residencia e conversavam a respeito dos triatomineos e seu papel na transmissao da infeccao chagasica, alem da importancia da participacao da populacao na deteccao e no correto encaminhamento dos insetos aos servicos municipais de saude.
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comite de Etica em Pesquisa da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, respeitando as normas da resolucao 196/96 do Conselho Nacional de Saude. A participacao na pesquisa foi condicionada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelo participante ou, no caso de menores de 18 anos, pelos pais ou responsavel legal.
As respostas foram tabuladas no programa Epi Info™ 3.5.42222. Epi Info™ Versao 3.5.4. Atlanta, USA: Centers for Disease Control and Prevention; 2012.. As questoes de multipla escolha foram analisadas quanto a frequencia das alternativas apontadas, e analisadas quanto a associacao com as diferentes categorias de infestacao das localidades. A capacidade de reconhecer os triatomineos foi tambem analisada de acordo com a faixa etaria dos participantes e a zona de residencia. As faixas etarias foram divididas entre pessoas com idade menor ou igual a 25 anos e maiores de 25 anos de idade, tendo sido adotado o criterio devido ao periodo de nascimento daqueles coincidir com fases em que a transmissao vetorial da infeccao chagasica ja estava controlada na regiao. As analises estatisticas foram realizadas no programa BioEstat 5.02323. Ayres M, Ayres-Junior M, Ayres DL, Santos AAS. BioEstat – Aplicacoes estatisticas nas areas das ciencias biomedicas. Belem: Instituto de Desenvolvimento Sustentavel Mamiraua; 2007., sendo adotado teste de χ2 com nivel de significancia de 0,05. As respostas as questoes discursivas foram categorizadas de acordo com os eixos tematicos que emergiram do conteudo das respostas dos entrevistados. Apos a categorizacao, as frequencias de respostas correspondentes a cada eixo foram analisadas de forma descritiva.
ResultadosForam entrevistados 583 moradores (215 do sexo masculino e 368 do sexo feminino), sendo 388 da area urbana e 195 da area rural do municipio. O numero de entrevistados por estrato de infestacao foi de 81 (sem infestacao), 105 (baixa infestacao), 141 (media infestacao) e 256 (alta infestacao), com medias de idade de 39,16 (Desvio Padrao: ± 17,22), 41,17 (± 19,08), 39,03 (± 20,60) e 40,52 (± 19,50) anos, respectivamente. Entre criancas e adolescentes menores de 18 anos foram entrevistadas 77 pessoas.
Nao foi observada associacao entre o numero de entrevistados que afirmou saber reconhecer o triatomineo e a categoria de infestacao da localidade em que residiam e, quando exibidos os exemplares de hemipteros para identificacao, 76,50% dos entrevistados reconheceram corretamente os triatomineos, nao havendo associacao estatisticamente significativa entre a proporcao de acertos e as localidades segundo o indice de infestacao (Tabela 1). No tocante a faixa etaria, igualmente nao foi observada associacao estatisticamente significativa entre os acertos, comparados os entrevistados menores de 25 anos e os com idade maior ou igual a 25 anos (χ2 = 1,692, p = 0,2280). Entretanto, quando comparadas as zonas de residencia a proporcao de acertos foi maior entre moradores da zona rural (85.13%) do que entre os da area urbana (71.91%) (χ2 = 12,555, p = 0,0006).
O triatomineo mais apontado foi o P. megistus adulto (381 vezes), seguido pela ninfa da mesma especie (95 vezes). O exemplar de R. neglectus foi apontado em 76 oportunidades.
Quando perguntados se ja tinham visto os ‘barbeiros’, 71,36% (416) dos entrevistados responderam positivamente, sendo a proporcao diferente entre as localidades (Tabela 1). Os locais mais relatados foram dentro de casa (43,28%), em locais associados a atividades laborais no meio rural – garimpos, matas, rocas (19,13%), e em servicos de saude (7,52%).
No que se refere a avaliacao das condutas adotadas caso o entrevistado encontrasse um triatomineo foi observada associacao estatisticamente significativa entre os indices de infestacao e as condutas referidas pelos moradores, sendo maior o percentual de condutas adequadas (entregar o inseto para algum servico de referencia) entre os moradores das areas de media e alta infestacao, em relacao aos moradores das areas sem infestacao e de baixa infestacao. Da mesma forma, uma vez questionados sobre a existencia de algum lugar onde poderia levar algum barbeiro, a proporcao de respostas afirmativas foi crescente conforme a categoria de infestacao da localidade de residencia dos entrevistados (Tabela 1). Os locais mais indicados foram os servicos de saude e as escolas, que nas areas rurais muitas vezes funcionam como Postos de Informacao de Triatomineos (Tabela 2).
Do total de entrevistados, 25,04% (146) afirmaram conhecer alguem que ja foi picado pelo inseto, sendo maior a proporcao entre os moradores da area sem infestacao. Tambem foi observado que 92,11% (537) dos entrevistados responderam que o barbeiro pode transmitir alguma doenca, sendo que 83,71% (488) afirmaram ser essa a doenca de Chagas, contudo nao houve associacao entre essas respostas e a infestacao da localidade. Outras enfermidades apontadas incluiram febre amarela (2,06%), ‘xistose’ (0,86%), dengue (0,86%), calazar (0,52%), malaria (0,52%), cancer (0,17%) e tuberculose (0,17%), sendo que estas tres ultimas nao constavam entre as alternativas do questionario (Tabela 1).
Quanto a conhecer alguem que tem a doenca de Chagas 59,18% (345) dos entrevistados responderam positivamente, sendo que 50,69% das respostas (183/361) apontaram amigos e/ou conhecidos. Entre os familiares, os pais corresponderam a 11,36% (41) das respostas, seguidos de 6,37% (23) para avos, 5,26% (19) para irmaos, e 23,55% (85) incluiram outros familiares. Dez pessoas (2,77%) relataram serem portadoras da infeccao.
No que diz respeito aos orgaos que a doenca pode atingir, o coracao foi indicado em 72,96% das oportunidades (394/540), seguido por 6,30% (34) para o figado, por 5,93% (32) para os pulmoes, de 3,33% (18) para os rins, de 2,59% (14) para o intestino e de 1,67% (9) para o esofago, sendo essas as alternativas presentes no questionario. Outras opcoes apresentadas pelos moradores incluiram sangue, cabeca, olhos, pernas, pele, musculo, costas, peito, sistema nervoso e baco e corresponderam a 7,22% (39) das indicacoes. Ademais, 93 das pessoas nao souberam ou nao quiseram responder a essa questao mesmo apos a leitura das opcoes disponiveis, sendo 20 dessas menores de 18 anos.
Sobre quais medidas os proprios moradores poderiam adotar para evitar os barbeiros em casa, predominaram em todas as areas investigadas as respostas relacionadas a limpeza e organizacao da casa (Tabela 3).
Em relacao a existencia de servico de controle da doenca de Chagas no municipio, 39,62% (231) dos entrevistados respondeu afirmativamente, estando as maiores proporcoes associadas as areas de media e alta infestacao (Tabela 1). Foi facultado aos moradores apresentarem sugestoes para o servico de controle, tendo sido apresentadas 241, conforme a Tabela 4.
DiscussaoA vigilancia entomologica com participacao comunitaria representa, atualmente, a principal estrategia para controle da transmissao vetorial da doenca de Chagas. Nesse cenario a populacao contribui de forma relevante para a deteccao e a notificacao de triatomineos2424. Silva RA, Bonifacio PR, Wanderley DMV. Doenca de Chagas no Estado de Sao Paulo: Comparacao entre pesquisa ativa de triatomineos em domicilios e notificacao de sua presenca pela populacao em area sob vigilancia entomologica. Rev Soc Bras Med Trop 1999; 32(6):653-659.,2525. Villela MM, Souza JB, Mello VP, Azeredo BVM, Dias JCP. Vigilancia entomologica da doenca de Chagas na regiao centro-oeste de Minas Gerais, Brasil, entre os anos de 2000 e 2003. Cad Saude Publica 2005; 21(3):878-886..
Entretanto, com os niveis de controle vetorial alcancados no Brasil, e mais especificamente com a certificacao da eliminacao da transmissao do T. cruzi pelo T. infestans, especie aloctone principal incriminada na transmissao domiciliar, surgiu a falsa ideia da erradicacao da doenca de Chagas, o que, somado ao aparecimento de outros agravos com maior visibilidade, como a dengue, redundou no abandono das atividades de controle triatominico em muitos municipios da area endemica2626. Schofield C, Jannin J, Salvatella R. The future of Chagas disease. Trends Parasitol 2006; 22(12):583-588.,2727. Abad-Franch F, Diotaiuti L, Gurgel-Goncalves R, Gurtler RE. Certifying the interruption of Chagas disease transmission by native vectors: cui bono? Mem Inst Oswaldo Cruz 2013; 108(2):251-254..
Os resultados apontam uma capacidade de reconhecimento dos triatomineos semelhante entre as localidades no municipio de Diamantina, independentemente do historico de infestacao e da faixa etaria dos entrevistados. Em outros estudos, Silveira et al.1212. Silveira AC, Rezende DF, Nogales AM, Cortez-Escalante JJ, Castro C, Macedo V. Avaliacao do sistema de vigilancia entomologica da doenca de Chagas com participacao comunitaria em Mambai e Buritinopolis, Estado de Goias. Rev Soc Bras Med Trop 2009; 42(1):39-46. e Villela et al.1313. Villela MM, Pimenta DN, Lamounier PA, Dias JCP. Avaliacao de conhecimentos e praticas que adultos e criancas tem acerca da doenca de Chagas e seus vetores em regiao endemica de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(8):1701-1710. observaram, em Mambai e Buritinopolis (Goias), e Bambui (Minas Gerais), respectivamente, que as pessoas mais jovens nao conhecem os vetores como os adultos. Essa discordancia com os dados da literatura pode estar vinculada ao fato de que no presente estudo foram contados como jovens as pessoas com idade igual ou inferior a 25 anos, enquanto os estudos supracitados trabalharam com faixas etarias mais baixas. Outra possibilidade a ser considerada e a diferenca de infestacao nessas areas, visto que nas regioes estudadas por estes autores, T. infestans foi o principal vetor e, apos as atividades de controle e tambem devido a alteracoes ambientais2828. Santos-Junior JE, Diotaiuti L, Dias JCP. First report of Panstrongylus megistus sylvatic focus in municipality of Bambui, state of Minas Gerais, Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz 2011; 106(4):510-513., a infestacao intradomiciliar por outras especies e quase nula, o que pode fazer com que os mais jovens nao reconhecam o inseto. Em Diamantina, por outro lado, o encontro recorrente de triatomineos nas casas pode favorecer a manutencao da habilidade dos moradores em reconhece-los, inclusive entre os mais jovens.
No presente estudo os moradores da zona rural acertaram mais a identificacao dos insetos. Isso pode estar relacionado a maior visibilidade que a doenca de Chagas tem entre populacoes do meio rural, que sao os que recebem acoes direcionadas ao controle dos vetores com mais frequencia devido ao carater de transmissao predominante nessas areas. Contudo, na cidade de Diamantina, assim como em outras regioes do Brasil e da America Latina, os crescentes relatos de triatomineos em areas urbanas, em alguns casos inclusive envolvidos na transmissao do T. cruzi ao homem, ressaltam a importancia de tratar do assunto tambem nesse contexto2929. Medrano-Mercado N, Ugarte-Fernandez R, Butron V, Uber-Busek S, Guerra HL, Araujo-Jorge TC, Correa-Oliveira R. Urban transmission of Chagas disease in Cochabamba, Bolivia. Mem Inst Oswaldo Cruz 2008; 103(5):423-430.30. Santana KSO, Bavia ME, Dias-Lima A, Guimaraes ICS, Soares ES, Silva MMN, Mendonca J, Martin MS. Spatial distribution of triatomines (Reduviidae: Triatominae) in urban areas of the city of Salvador, Bahia, Brazil. Geospat Health 2011; 5(2):199-203.-3131. Delgado S, Ernst KC, Pumahuanca MLH, Yool SR, Comrie AC, Sterling CR, Gilman RH, Naquira C, Levy MZ. A country bug in the city: urban infestation by the Chagas disease vector Triatoma infestans in Arequipa, Peru. Int J Health Geogr 2013; 12:48..
Diferentemente da capacidade de reconhecimento dos triatomineos, foi possivel observar associacao entre as atitudes dos moradores e a infestacao domiciliar. Os residentes das areas de maior infestacao afirmaram com maior frequencia que deveriam encaminhar os insetos aos servicos de referencia, alem de estarem mais bem informados sobre a existencia do servico de controle no municipio de estudo.
Apesar de nao ser possivel, no presente estudo, afirmar que os conhecimentos e as atitudes dos moradores em relacao aos triatomineos refletem na pratica das acoes, nao se pode igualmente descartar a possibilidade da infestacao domiciliar estar subnotificada em localidades onde os moradores responderam que matariam ou nao encaminhariam os triatomineos aos servicos. Reforca essa hipotese a constatacao de que muitos moradores das localidades consideradas sem infestacao e de baixa infestacao afirmaram ja ter visto os triatomineos dentro da sua propria casa ou de outrem. Essas observacoes suscitam reflexao sobre a necessidade de maior divulgacao acerca do correto encaminhamento dos insetos ao servico, uma vez que as localidades sem presenca relatada desses podem, na verdade, estar em condicao de subnotificacao. Ademais, em localidades nao notificantes, os servicos de referencia nao sao acionados e os atendimentos as notificacoes nao ocorrem. De acordo com Dias e Garcia3232. Dias JCP, Garcia ALR. Vigilancia epidemiologica com participacion comunitaria. Uma experiencia em enfermedad de Chagas. Bol Oficina Sanit Panam 1978; 84:533-544., os atendimentos contribuem para a motivacao da comunidade na continuidade das notificacoes e na participacao ativa na vigilancia sobre os vetores da infeccao chagasica.
Alem disso, a mobilizacao de pessoas da propria comunidade na vigilancia entomologica pode estimular outras pessoas a aderir as acoes. Nesse sentido, Buttenheim et al.3333. Buttenheim AM, Paz-Soldan V, Barbu C, Skovira C, Calderon JQ, Riveros LMM, Cornejo JO, Small DS, Bicchieri C, Naquira C, Levy MZ. Is participation contagious? Evidence from a household vector control campaign in urban Peru. J Epidemiol Community Health 2014; 68(2):103-109. observaram em Arequipa, Peru, que a participacao de moradores de area urbana em uma campanha de controle de triatomineos era maior quando seus vizinhos tambem aceitavam participar das atividades, e menor entre vizinhos que recusavam as acoes, o que levou os autores a sugerirem uma especie de contagiosidade da participacao comunitaria.
Assim como observado por Villela et al.1313. Villela MM, Pimenta DN, Lamounier PA, Dias JCP. Avaliacao de conhecimentos e praticas que adultos e criancas tem acerca da doenca de Chagas e seus vetores em regiao endemica de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(8):1701-1710. em regiao do Estado de Minas Gerais, o principal triatomineo identificado pela populacao foi o P. megistus adulto, o que, de acordo com esses autores esta relacionado a importancia epidemiologica da especie no contexto local e a enfase da imagem do mesmo nos materiais de divulgacao e educacao em saude. A semelhanca desse estudo, P. megistus e a principal especie capturada no municipio de Diamantina desde as fases iniciais do PCDCh1111. Dias JVL. Vigilancia epidemiologica da doenca de Chagas em municipios pertencentes a Gerencia Regional de Saude de Diamantina [dissertacao]. Belo Horizonte: Centro de Pesquisas Rene Rachou; 2010.. Essa observacao e reforcada em trabalhos que demonstram que a maior frequencia de deteccao pelos moradores corresponde a exemplares adultos enquanto que as ninfas sao principalmente encontradas durante os trabalhos de busca pelos agentes de combate a endemias2424. Silva RA, Bonifacio PR, Wanderley DMV. Doenca de Chagas no Estado de Sao Paulo: Comparacao entre pesquisa ativa de triatomineos em domicilios e notificacao de sua presenca pela populacao em area sob vigilancia entomologica. Rev Soc Bras Med Trop 1999; 32(6):653-659.,2525. Villela MM, Souza JB, Mello VP, Azeredo BVM, Dias JCP. Vigilancia entomologica da doenca de Chagas na regiao centro-oeste de Minas Gerais, Brasil, entre os anos de 2000 e 2003. Cad Saude Publica 2005; 21(3):878-886..
O fato do Vale do Jequitinhonha representar uma area com alta prevalencia da infeccao pelo T. cruzi, com grande contingente de chagasicos cronicos3434. Pereira JB, Coura JR. Morbidade da doenca de Chagas. Estudo seccional em uma area endemica, Virgem da Lapa, Minas Gerais. Rev Soc Bras Med Trop 1986; 19(3):139-148.,3535. Montoya RA. Morbidade da doenca de Chagas no municipio de Berilo, Minas Gerais, Brasil. Estudos seccional e longitudinal da cardiopatia chagasica cronica (1987-1997) [tese]. Rio de Janeiro: Instituto Oswaldo Cruz; 1998., pode ter refletido na grande proporcao das pessoas que responderam positivamente tanto para conhecer alguem que ja foi picado pelo vetor, como para alguem que tenha a doenca de Chagas. Alem disso, o carater estigmatizante associado a doenca de Chagas3636. Uchoa E, Firmo JOA, Dias EC, Pereira MSN, Gontijo ED. Signos, significados e acoes associados a doenca de Chagas. Cad Saude Publica 2002; 18(1):71-79. tambem pode ser percebido, mesmo que nao intencionalmente, quando a maior parte dos entrevistados adotou o termo generico ‘conhecido’ para designar quem tem a enfermidade.
A cardiopatia chagasica e a forma clinica sintomatica mais comum na fase cronica da doenca de Chagas no Brasil3737. Andrade JP, Marin-Neto JA, Paola AAV, Vilas-Boas F, Oliveira GMM, Bacal F, Bocchi EA, Almeida DR, Fragata-Filho AA, Moreira MCV, Xavier SS, Oliveira-Junior WA, Dias JCP. I Diretriz Latino-Americana para o Diagnostico e Tratamento da Cardiopatia Chagasica. Resumo Executivo. Arq Bras Cardiol 2011; 96(6):434-442., com ocorrencia acentuada em municipios no Vale do Jequitinhonha, acometendo ate 42,7% e 55,7% dos infectados em estudos realizados nos municipios de Virgem da Lapa3434. Pereira JB, Coura JR. Morbidade da doenca de Chagas. Estudo seccional em uma area endemica, Virgem da Lapa, Minas Gerais. Rev Soc Bras Med Trop 1986; 19(3):139-148. e Berilo3535. Montoya RA. Morbidade da doenca de Chagas no municipio de Berilo, Minas Gerais, Brasil. Estudos seccional e longitudinal da cardiopatia chagasica cronica (1987-1997) [tese]. Rio de Janeiro: Instituto Oswaldo Cruz; 1998., respectivamente. A importancia desta forma clinica no contexto regional pode ter sido responsavel pela maior proporcao de pessoas ter respondido que o coracao e o orgao afetado pela doenca, o que tambem foi observado em outras areas do Brasil1212. Silveira AC, Rezende DF, Nogales AM, Cortez-Escalante JJ, Castro C, Macedo V. Avaliacao do sistema de vigilancia entomologica da doenca de Chagas com participacao comunitaria em Mambai e Buritinopolis, Estado de Goias. Rev Soc Bras Med Trop 2009; 42(1):39-46.,1313. Villela MM, Pimenta DN, Lamounier PA, Dias JCP. Avaliacao de conhecimentos e praticas que adultos e criancas tem acerca da doenca de Chagas e seus vetores em regiao endemica de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(8):1701-1710.,3838. Maeda MH, Gurgel-Goncalves R. Conhecimentos e praticas de moradores do Distrito Federal, Brasil, em relacao a doenca de Chagas e seus vetores. Rev Patol Tropical 2012; 41(1):15-26..
Nos estudos desenvolvidos por Villela et al.1313. Villela MM, Pimenta DN, Lamounier PA, Dias JCP. Avaliacao de conhecimentos e praticas que adultos e criancas tem acerca da doenca de Chagas e seus vetores em regiao endemica de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(8):1701-1710. e Maeda e Gurgel-Goncalves3838. Maeda MH, Gurgel-Goncalves R. Conhecimentos e praticas de moradores do Distrito Federal, Brasil, em relacao a doenca de Chagas e seus vetores. Rev Patol Tropical 2012; 41(1):15-26., em Minas Gerais e no Distrito Federal, respectivamente, a limpeza da casa foi mencionada como a principal acao para evitar os triatomineos, seguida pela utilizacao de inseticida. No presente estudo, tambem foi mencionada mais frequentemente a limpeza geral da casa, porem a utilizacao de inseticidas foi pouco referida, ficando em quarto lugar entre as respostas. Isto pode estar relacionado a diferenca entre as especies de triatomineos encontradas em domicilios nessas regioes2525. Villela MM, Souza JB, Mello VP, Azeredo BVM, Dias JCP. Vigilancia entomologica da doenca de Chagas na regiao centro-oeste de Minas Gerais, Brasil, entre os anos de 2000 e 2003. Cad Saude Publica 2005; 21(3):878-886.. Visto que em Diamantina atualmente a infestacao e mais frequente por especies com baixa capacidade de colonizacao, a borrifacao de inseticidas nem sempre e realizada pelos agentes de saude quando os moradores notificam um inseto, o que pode minorar a importancia desta acao na perspectiva da populacao atendida1111. Dias JVL. Vigilancia epidemiologica da doenca de Chagas em municipios pertencentes a Gerencia Regional de Saude de Diamantina [dissertacao]. Belo Horizonte: Centro de Pesquisas Rene Rachou; 2010..
A principal sugestao apresentada pelos entrevistados para melhorias no servico de controle da doenca foi aumentar o numero de visitas pelos agentes, o que pode estar relacionado tanto a uma heranca do carater assistencialista e verticalizado das acoes nas fases iniciais do PCDCh, como tambem ao enfraquecimento das atividades na esfera municipal, ja que muitas localidades, que nao geram a demanda, podem ficar longos periodos sem receber qualquer acao direcionada a doenca de Chagas. Alem disso, essas sugestoes concentram-se em acoes do servico para os moradores, sendo possivel perceber que a populacao muitas vezes nao se reconhece como coparticipante no processo de vigilancia entomologica.
Nessa perspectiva, as diretrizes para a vigilancia no estado de Minas Gerais preconizam a busca ativa de triatomineos em todas as residencias de um percentual de localidades por municipio de acordo com a regiao do estado, porem, a obrigatoriedade dessas acoes so foi estabelecida no segundo semestre de 2014, quando o controle desses vetores passou a integrar o elenco de acoes prioritarias da vigilancia ambiental. O municipio de Diamantina passou a desenvolver essas atividades, previstas para 20% do total de localidades a cada ano3939. Laguardia FC, Quintino ND, Gusmao RB, Moraes CAL, Oliveira PBB, organizadores. Instrutivo para execucao e avaliacao das acoes de vigilancia em saude: projeto fortalecimento da vigilancia em saude em Minas Gerais (Resolucao SES n° 4.238/2014). Belo Horizonte: SES-MG; 2014.. A adocao desse modelo integrado entre o servico e os moradores podera ajudar a preencher as lacunas identificadas no estudo, favorecendo o envolvimento da populacao em acoes coletivas para a vigilancia entomologica da doenca de Chagas, inclusive em areas silenciosas.
Transpor o abismo existente entre o conhecimento cientifico e a aplicacao pratica na saude tem sido um grande desafio para o controle de doencas de transmissao vetorial como a de Chagas, a dengue, as leishmanioses. Para que a vigilancia entomologica da doenca de Chagas seja mantida de forma sustentada no contexto de acoes descentralizadas em que se encontra a saude publica no Brasil, a participacao comunitaria e imprescindivel4040. Abad-Franch F, Vega MC, Rolon MS, Santos WS, Rojas de Arias A. Community participation in Chagas disease vector surveillance: systematic review. PLoS Negl Trop Dis 2011; 5(6):e1207.. Dessa forma, as pesquisas que permitam identificar as carencias no que diz respeito aos conhecimentos da comunidade podem subsidiar as acoes em saude ampliando o alcance e a efetividade junto a populacao.
Benefits of zebra stripes: Behaviour of tabanid flies ...
Feb 20, 2019 · Averting attack by biting flies is increasingly regarded as the evolutionary driver of zebra stripes, although the precise mechanism by which stripes ameliorate attack by ectoparasites is unknown. We examined the behaviour of tabanids (horse flies) in the vicinity of captive plains zebras and uniformly coloured domestic horses living on a horse farm in Britain.Averting attack by biting flies is increasingly regarded as the evolutionary driver of zebra stripes, although the precise mechanism by which stripes ameliorate attack by ectoparasites is unknown. We examined the behaviour of tabanids (horse flies) in the vicinity of captive plains zebras and uniformly coloured domestic horses living on a horse farm in Britain. Observations showed that fewer tabanids landed on zebras than on horses per unit time, although rates of tabanid circling around or briefly touching zebra and horse pelage did not differ. In an experiment in which horses sequentially wore cloth coats of different colours, those wearing a striped pattern suffered far lower rates of tabanid touching and landing on coats than the same horses wearing black or white, yet there were no differences in attack rates to their naked heads. In separate, detailed video analyses, tabanids approached zebras faster and failed to decelerate before contacting zebras, and proportionately more tabanids simply touched rather than landed on zebra pelage in comparison to horses. Taken together, these findings indicate that, up close, striped surfaces prevented flies from making a controlled landing but did not influence tabanid behaviour at a distance. To counteract flies, zebras swished their tails and ran away from fly nuisance whereas horses showed higher rates of skin twitching. As a consequence of zebras’ striping, very few tabanids successfully landed on zebras and, as a result of zebras’ changeable behaviour, few stayed a long time, or probed for blood..
Keyword: Zebras, Horses, Wind, Blood, Flight speeds, Domestic animals, Neck, Video recording
From: journals.plos.org
That stripes act to deter landings of biting flies has been suspected for over 75 years [20] and subsequently confirmed by repeated field and laboratory experiments [3, 9–12] although the effect has never been examined closely in live striped equids. We observed the behaviour of tabanids around live zebras living on a horse farm in Somerset, UK. European horseflies may differ in behaviour from congeners in Africa where zebras live but nevertheless there are a great many species of horse flies in Africa [21] with many being attracted to zebra pelage [3]. Insect visual systems are highly conserved across taxa [22] and there are no independent reasons to think that the visual system of European tabanids will be substantially different from those in Africa.
Approaching the hostRegarding the behaviour of tabanids close to their hosts, we noted that striped equids did not experience reduced rates of European tabanids circling around them. This suggests that stripes do not thwart attraction of tabanids from even a little distance away. Gibson [10] investigated the attractiveness of striped targets for glossinids in the field. She caught more tsetse flies on transparent side panels than on her adjacent horizontally striped target leading her to a similar conclusion: her tseste flies actively avoided horizontal stripes at the conclusion of their flights (but see [9]).
An important finding made here supported this idea that stripes do not thwart approach from a distance. There was no significant difference in rates of landings on horses’ naked heads even though zebra cloth coats received fewer landings per unit time than black or white cloth coats. This suggests that stripes had little effect at a distance but, once close up, stripes prevented landings, with flies turning their attention to the naked head instead. This was not because they were unable to penetrate the cloth coats: many flies landed on the black and white coats and spent time there. Differences in UV reflectance (Figure A in S1 File) could not explain these findings either. White coats and white stripes reflected UV but not black coats, black stripes or straps affixing the white coats. If UV attracted flies, we would expect many flies on the white coat, intermediate numbers on the striped coat, and few on the black coat. If UV repelled flies, we would expect the reverse. We found neither of these patterns in our data.
Other studies have found that compared to black surfaces, white surfaces are less attractive to tabanids [23–25] and we suspect that the white coats’ blue holding straps (3 around the belly, 3 around the neck, 2 around the chest) were attractive to tabanids. On the four horses in which we had data excluding landings on straps from landings on white coats, an average of 20.3 flies landed per half hour on the white coats but 41.3 on the black coats.
In retrospect, the failure to find differences in approach towards striped and unstriped objects is unsurprising because tabanids are thought to use odour rather than visual cues to locate hosts at a distance [26] and only switch to vision when close up. Indeed past calculations suggest that flies are only likely to discern zebra stripes at a distance of <20m [16], before that it will simply look grey to them. Waage [9] estimated that tsetse flies resolve stripes at 4.4m distance away, for instance. Our data suggest that tabanids may only be able to resolve stripes at a 2m distance since they appear relatively unaffected further away than this (see Fig 1).
Our data show that tabanids approached zebras more rapidly than horses suggesting that they did not slow down as they approached or else were more motivated. The second idea seems unlikely because once tabanids had arrived at the host and were close to it they spent shorter periods of time investigating zebras than horses although flight speeds and tortuosities did not differ (Note durations could not be influenced by our 2-D imaging).
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DOCENTECA - Fortalecimiento de la comprensión lectora ...
Oct 26, 2015 · C) Con rosas. El Cuadernillo de actividades para el fortalecimiento de la comprensión lectora. Primer grado de secundaria fue desarrollado por la Dirección de Medios y Métodos Educativos, de la Dirección General para la Pertinencia y la corresponsabilidad de la Educación, SecretarÃa de Educación de Guanajuato.Texto 1 TrA¡fico de fauna silvestre Texto 2 TenAa yo trece aA±os Texto 3 La vieja que engaA±A³ a la Muerte Texto 4 Dafnis y Cloe Texto 5 Un mundo feliz (EN EL SIGUIENTE POST -....
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Receta de cochinita pibil y cebolla morada | Mamá freelance
Mar 31, 2011 · Receta cochinita pibil Ingredientes: 2 hojas de plátano (si no se consiguen se usará papel aluminio) 1½ kilos de pierna de puerco; ½ kilo de lomo de puerco con costilla (si no se consigue junto el lomo con costilla pedir medio kilo de lomo y unas dos costillas).
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ENCUENTRO EN BIGAND - acampante.com
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Los mejores sabores del mundo!
2 tazas de tomate casero, 150 gr. de guisantes. Instrucciones de elaboración: Mezclar en una olla: los 8 muslitos de pollo, 2 cucharadas de salsa de soya, 2 cucharadas de Jerez, una pizca de azúcar, sal, jengibre, pimienta. Dejar reposar. Cocinar en 50 cc. de aceite:1/2 kg. de champiñones cortados por la mitad con sal y 1 cebolla picada.Vamos a descubrir tecnicas y recetas para preparar los mas esquisitos platos y descubrir los variados sabores de distintas partes del mundo....
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Análise microbiológica das mãos de manipuladores de …
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Teoria da cor : Março 2013
Mar 25, 2013 · 2g de sal. Bata muito bem todos os ingredientes, corte ao meio e faça duas bolas. Pincele com óleo, cubra com película aderente e coloque no frio durante 1 hora. Utilize uma das bolas que fez e estique a massa, em forma rectangular, até ficar com 3mm de espessura e coloque-a sobre um pano polvilhado com farinha.Um blogue sobre gastronomia e outras coisas de que eu gosto..
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Delícias da Kini: 2007
Dec 29, 2007 · Pão Seco - usei 7 pães. Açúcar q.b. Canela em Pó q.b. Raspa de Limão. Ovos q.b. - usei 1 ovo+1 gema. Frutos Secos a Gosto (usei nozes e passas) - facultativo. Óleo q.b. Ponha o pão de molho em bastante água e deixe-o de molho até amolecer bem o pão. Assim que o pão estiver bem amolecido,esprema-o bem e desfaça-o.Mais um blog culinario onde espero partilhar receitas maravilhosas..
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A Festa de Babette: Fevereiro 2010
Cozer as batatas e as cenouras, partidas grosseiramente, em água com um pouco de sal, por 20 minutos. Escorrer e esmigalhar tudo com um garfo, sem ter a preocupação de que fique totalmente homogéneo. Levar um tachinho ao lume com a cebola picada e o azeite e refogar ligeiramente. Adicionar as batatas e as cenouras e envolver tudo muito bem.Mais do que bons ingredientes, uma inspirada combinacao.
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Ensalada girasol de flor de calabaza - Cook & Chef Institute
Acomodar los pétalos de doce flores de calabaza alrededor de un plato redondo para formar los pétalos del girasol. Asar los pimientos, descartar la piel y limpiar. Picarlos en tiras y freír con aceite y cebolla. Sazonar. Acomodar las tiras de pimiento junto a las flores de calabaza formando un círculo. Picar las calabacitas y la flor de ...Aprende a cocinar nuestra receta Ensalada girasol de flor de calabaza de Graciela Montano Cook & Chef Institute.
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Relação do consumo alimentar de fibras e da carga ...
estudado foi 50,2±7,8 anos, variando de 28 a 58 anos. As variáveis bioquímicas, antropométricas e de consumo alimentar dos indivíduos do estudo estão apresentadas.
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Decisão dos Recursos - Idecan
Ora, para se interpretar bem um texto é necessário o conhecimento e o emprego de ... − 2 ± 4 - 4 .1.-15. x = 2 - 2 ± 8. x = 2. x' = 3 x" = -5-5 não é solução. Assim a maior solução negativa é -4. ... “a transmissão se faz pela picada dos. mosquitos Aedes aegypti, no ciclo homem.” Não especifica o Manual se é fêmea ou. macho ...DecisAo dos Recursos - Idecan.
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Cocinando la maribunda - Visita y anota este blog con ...
May 13, 2012 · Poner a calentar una olla con aceite de girasol. Dorar la verdura en él, añadiendo la sal, las hojas de laurel y el orégano . Cuando esté dorada agregar la carne y sofreír . Cuando esté sofrita se le agrega el tomate triturado y medio bote (de donde estaba el tomate) de agua . Se deja cocer durante 20-25 minutos.BoosterBlog de Cocinando la maribunda - Mi blog es un rincon para experimentar en la cocina y divertirse, con recetas faciles y practicas..
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1 cebolla picada. 6 cucharadas de cilantro picado fino. 10 aceitunas. 2 cucharadas cafeteras de orégano . 1 aguacate pelado y partido en cuadritos. sal y pimienta . Procedimiento: Acomode los ostiones y la jaiba en un recipiente de vidrio, agréguele el jugo de los limones y déjelo reposar una hora más o menos, para que tome color .... Created by estela m. comer-y-beber-mx - recetas-de-cocina-mx.
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